Histórias Assustadoras de Casas Mal Assombradas

 As histórias de terror de casas mal assombradas têm cativado a imaginação humana por gerações. Esses contos arrepiantes, passados de boca em boca, trazem à tona encontros com o sobrenatural, mistérios sombrios e acontecimentos inexplicáveis que ocorrem entre as paredes dessas moradias enigmáticas.

  • A Casa Fantasma
A Casa Fantasma, História de Terror em Casas Mal Assombradas
História de Terror em Casas Mal Assombrada


 Tinha uma casa perto de onde eu morava apelidada de "casa fantasma" porque a construção nunca foi concluída por um bom tempo, e ela ficou vazia e inacabada por anos. Ficava em um bairro já meio assustador, com várias casas que pareciam estar abandonadas ou os donos simplesmente não ligavam para as propriedades, porque tinha muita grama alta e mato. 

 Meus amigos Jenny, Luca, Kylie e eu estávamos nos divertindo, dirigindo pela cidade tarde da noite. Comemos fast food e aí o Luca teve a ideia de entrar na casa fantasma. As meninas toparam e, é claro, eu também. Estacionamos umas casas adiante, a rua só tinha um poste de luz e o resto estava escuro. Muitas casas não tinham luz, então era um quarteirão escuro e meio sinistro.

 Como eu disse, as casas vizinhas também pareciam abandonadas, apesar de algumas terem carros nas garagens. Fomos super discretos ao sair do carro e chegar até a casa fantasma. Ver essa casa inacabada de dois andares no meio da noite dava uma vibe estranha, sem dúvida.

 Agora precisávamos descobrir uma maneira de entrar lá. Claro que tentamos a porta da frente, mas estava trancada. Contornamos a casa tentando cada janela, até que uma delas abriu fácil. A Jenny era a menor, então ela entrou pela janela e foi destrancar a porta dos fundos para nós. Só que já estava destrancada, ou seja, qualquer um poderia ter entrado.

 Entramos na casa, que tinha um cheiro de madeira misturado com um cheiro de xixi de gato. O primeiro andar estava mais terminado do que eu esperava, era bem grande, com muitos cômodos, mas sem móveis. Fomos cada um para um lado, eu subi as escadas para o segundo andar. Em cima estava mais inacabado, com muita estrutura da parede exposta.

 Meus amigos estavam fazendo um pouco de barulho, então eu desci as escadas. Em cima estava vazio, então voltei correndo e encontrei a Jenny, que perguntou o que tinha lá em cima. Falei que estava meio inacabado, mas ela subiu para conferir mesmo assim.

 Eu fui procurar o porão, achei uma porta marrom embaixo da escada que levava para cima. Assim que abri, senti aquele cheiro de xixi de gato de novo. Fui descendo e vi que o porão parecia mais decrépito do que o resto da casa. O chão de concreto estava manchado com uma substância meio marrom e enferrujada.

 Minha primeira reação foi pensar que era tinta, mas a cor também podia ser de sangue. Olhei ao redor, o lugar estava quase vazio, exceto por uma cadeira de madeira e uma mesinha com um livro em cima. Era a Bíblia Sagrada. 

 Ouvi passos descendo as escadas, falei num tom de um sussurro: "Ei, vem ver isso!" Quando não obtive resposta, me virei, mas não vi ninguém perto das escadas. Perguntei "Quem está aí?" Foi quando notei uma moça sentada, apoiada na parede. Demorei um segundo para perceber que não era a Jenny nem a Kylie, era uma mulher, com cabelos extremamente longos e desgrenhados, olhando diretamente para mim.

 Aí ouvi uma das meninas lá em cima gritando e o Luca me chamando para sair de lá. As únicas palavras que consegui dizer foram "Jesus" e corri para fora do porão.

 Vi meus amigos saindo pela porta dos fundos. Eu não fazia ideia do que tinham visto, mas fui atrás deles. Saímos na frente da casa e corremos até o carro, não paramos até estarmos dentro. Perguntei o que tinham visto, porque eu tinha visto uma mulher aparentemente louca no porão. Todo mundo falava ao mesmo tempo, mas uma das meninas conseguiu explicar que tinham visto dois homens em um dos cômodos vazios do primeiro andar. Viram objetos escuros no chão, mas não conseguiram identificar o que eram antes de sair correndo.

 Eles não viram o rosto deles, mas eram homens pela estatura. Não faço ideia do que estava acontecendo naquela casa, se era uma seita satânica ou só moradores de rua. Não tem dinheiro que me faria voltar naquela casa.

 Não moro mais naquela cidade, então não sei o que aconteceu com a casa, mas pelas imagens do Google Maps mais recentes de 2019, ela ainda não tinha sido terminada.

  • A Mansão do Cemitério
A Mansão Mal Assombrada do Cemitério
A Mansão Mal Assombrada do Cemitério

 Eu e uns amigos moramos numa área bem agradável, tenta imaginar aquele bairro suburbano típico, tranquilo e todo mundo acostumado com a vibe isolada que ele passa. O último lugar onde você esperaria qualquer perrengue acontecendo, a não ser pelo que vou te contar. Minha cidade irradiava aquele silêncio tranquilo que muitos de vocês já desejaram algum dia.

 Foi há uns verões atrás, e por mais que eu queira esquecer, a lembrança nunca vai sair da minha mente. Meu camarada Chaz e eu sempre fomos daqueles pivetes que adoravam arrumar encrenca onde desse. Pensando nisso agora, não sei bem como justificar nossa atitude. Talvez fosse a nossa versão adolescente de rebeldia. A gente morava na mesma rua e sempre se encontrava depois da escola, todo dia. Como nosso bairro só tinha casas enormes e árvores gigantes, nos dias de semana não tinha muito o que fazer, a não ser que quiséssemos ir até outra cidade.  Na maioria das vezes, a gente acabava inventando nossa própria diversão.

 Na nossa vizinhança tinha uma mansão bem conhecida, lá no topo de um morro, que estava abandonada fazia um tempão, desde que a galera lembrava. Não era nada demais, todo pivete da cidade tinha entrado lá. Os quartos estavam quase sem nada de valor e encontrar uma parede sem um monte de tinta spray era quase impossível. Era ainda mais macabro porque ficava bem na beira de um cemitério enorme. Pra gente, essa Mansão do Cemitério era tipo uma opção padrão, um plano B. Se não tivesse nada pra fazer, a gente subia lá pra fazer graffiti, fumar e relaxar no telhado. E foi numa dessas noites.

 Era mais ou menos 03:00 da madrugada de uma quarta-feira e a gente tinha sido dispensado por umas garotas com quem tínhamos marcado de sair. Ficamos meio chateados, então pensamos em jogar umas pedras na mansão do cemitério pra extravasar. Se a gente estivesse sóbrio, talvez a gente fosse mais cuidadoso antes de fazer algo tão burro, mas era tarde, era verão, e a gente nem ligava. Consegui convencer o Chaz a não dirigir, estávamos meio bêbados, e depois de uns vinte minutos de caminhada, chegamos lá em cima no morro e vimos aquela vista familiar, mas sinistra. Vinhas se enrolando e pendendo, tijolos sujos, janelas quebradas, um clima bem obscuro, ainda mais àquela hora da noite.

 Sem aviso, o Chaz pegou uma pedra e jogou na direção da casa. Voou lindamente antes de arrebentar uma das janelas do quarto andar. Era difícil saber exatamente por causa da luz fraca da lua e dos postes ao redor, mas o som ensurdecedor do vidro quebrando confirmou.

 Eu, animado, peguei uma pedra e fiz o mesmo, estourando uma das janelas do segundo andar. Acima do quarto andar da mansão tinha uma janelinha pequena, provavelmente um sótão, solitária lá em cima como o último quarto da casa. O Chaz me desafiou a acertar lá. Errei umas 10 jogadas antes de desistir com um suspiro irritado. O Chaz, com um sorriso malicioso, pegou uma pedra e disse "olha isso". Ele olhou fixamente pro alvo pequenininho e lançou. Fiquei assistindo, surpreso, enquanto a pedra voou pelo ar e espatifou a janela do sótão com um som satisfatório. Fiquei chocado.

 Ficamos lá parados por um segundo, admirando o que tinha acontecido. O Chaz estava prestes a pegar outra pedra quando, olhando ainda para a janela estilhaçada, vi um objeto escuro voando da escuridão e vindo em nossa direção. Pulei assustado, sem entender o que era. O Chaz e eu olhamos pra baixo e vimos a pedra que tinha acabado de cair no cascalho na nossa frente. Era a mesma pedra que o Chaz tinha jogado, dava pra reconhecer facilmente pela marca de "Z" numa das faces.

 Ficamos lá em silêncio, meio assustados. Era muito tarde para crianças estarem fazendo a mesma coisa que a gente, mas era a única explicação que a gente conseguia pensar. Concordamos que devia ser um grupo de adolescentes querendo tirar uma com a nossa cara, ideia que na verdade nos animou.

 Os sorrisos sarcásticos em nossos rostos já diziam tudo. A gente ia surpreender eles antes que nos assustassem. Devagarinho, fomos até a porta da frente, desviando de uma parreira que pendia dos pilares acima da porta. A porta estava entreaberta, mas sempre ficava assim. Já fazia tempo que ela tinha saído dos trilhos e não fechava direito. Bem quietinhos, entramos. Nossos olhos se acostumando à pouca luz e nossos narizes ao cheiro de mofo e madeira podre.

 Subimos as escadas rangentes, sem conseguir evitar o som da madeira se mexendo sob nossos pés. Chegamos ao quarto andar e estávamos parados no começo da última escadaria. Curiosamente, nunca tínhamos subido lá. A entrada para o telhado era do outro lado da casa e esse quarto deve ter passado despercebido por nós. O Chaz tomou a frente e eu fui atrás. A escada levava a uma porta de madeira pequena, que presumimos ser a do sótão. O Chaz colocou a mão na maçaneta e até me olhou por cima do ombro. Eu concordei e, num movimento só, ele abriu a porta.

 Antes de eu ver qualquer coisa, fui surpreendido pelo cheiro que me fez dar uns passos pra trás de forma instintiva. Era nojento, um cheiro de morte e podridão. Alguma coisa estava claramente apodrecendo naquele quarto. O Chaz cobriu o nariz e entrou. Eu tava mais hesitante, mas decidi que preferia estar ao lado dele do que sozinho numa escada escura. 

 O que vimos foi ainda pior que o cheiro. Nos deparamos com um quarto minúsculo, com um pentagrama branco pintado no chão. Tinha algumas velas apagadas e uma porta de armário que não abrimos. O cheiro parecia vir daquela porta e eu estava com medo que o Chaz quisesse investigar mais. Surpreendentemente, o quarto estava vazio.

 Cheguei ao meu limite. A situação estava me assustando de verdade e não conseguia mais ignorar o desejo de ir embora. Virei na direção da porta e aí vi.

 Olhei pela escadaria e vi duas figuras encapuzadas olhando pra cima, na minha direção. Xinguei e corri na direção do Chaz. Nesse momento, ouvimos passos subindo as escadas atrás de nós. Estávamos ferrados. Quando os passos se aproximaram da porta, eu já estava preparado pra enfrentar quem fosse que estivesse ali, me preparando pra brigar. Foi quando o Chaz gritou "Vamo embora, cara!"

 Virei pra ele e vi o Chaz metade pra fora da janela quebrada, provavelmente no telhado. Fiz o mesmo rapidinho e assim que pus o pé pra fora, ouvimos a porta se abrir com força. Saímos correndo pelo telhado em direção à saída que a gente conhecia, sem esperar pra ver se alguém ia atrás da gente.

 Se não fosse a gravidade da situação, não sei se teria coragem de fazer o que fiz. A escuridão quase não me deixava enxergar, um passo errado e a gente ia cair e se arrebentar lá embaixo. Segui o Chaz bem de perto e chegamos na entrada do telhado, uma portinhola que dava pra uma escada. O Chaz tentou abrir, mas tava trancada do lado de dentro.

 Nesse momento, a gente ouviu uma voz forte ecoar lá longe: "Eles foram por ali!" Era a coisa mais assustadora que eu já tinha ouvido alguém falar. Sem pensar, dei um pisão na portinhola com toda a força, o bastante pra fazer ela se abrir com um estrondo que com certeza ia revelar nossa posição pra qualquer um dentro da casa, quem dirá alguém que estava nos perseguindo no telhado. O impacto me fez cair pela abertura, mas consegui segurar na escada e não me machuquei feio. O Chaz gritou "Vai logo, cara!" Eu desci o mais rápido que pude, ignorando a dor na perna.

 Saímos correndo pela outra escadaria e saímos pela porta dos fundos, pulando a cerca e correndo pro cemitério. O Chaz tava de boa, até rindo. Eu, por outro lado, tava tão cagado de medo que mal conseguia pensar. Nunca pensei que me esconder atrás de um túmulo no cemitério ia ser tão reconfortante. Eu e o Chaz ficamos de olho na mansão, esperando que alguém viesse atrás da gente. Esperamos e, quando achamos que tava tranquilo, vimos um grupo de quatro ou cinco figuras encapuzadas rondando a propriedade, procurando freneticamente embaixo de arbustos e árvores.

 Nos arrastamos pra mais perto no cemitério, até ter certeza que ninguém ia nos ver na escuridão. Pulamos a cerca do lado oposto e nunca mais voltamos pra aquela casa. Só posso imaginar que a gente tropeçou em algum tipo de reunião ou ritual de culto. Por que eles decidiram fazer isso numa casa abandonada ainda é uma pergunta que eu me faço até hoje.

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